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Ceará - Deputados do Ceará querem instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para investigar supostas irregularidades no crédito consignado ofertado aos servidores públicos do Estado.
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Deputados do Ceará querem CPI para investigar empréstimos consignados
Genro do chefe da Casa Civil do Estado é dono de empresa subcontratada sem licitação para intermediar operações
O crédito consignado é um tipo de empréstimo que pode ser
adquirido por servidores públicos ou pensionistas. O desconto é feito direto na
folha de pagamento. Ou seja, o risco de calote é praticamente nulo. Essa segurança,
em tese, deveria se refletir em juros mais baixos para os servidores.
Em 2009, o governo do Ceará fez uma licitação para
contratar a empresa que cuidaria do cartão único – o sistema de
controle e gestão das margens dos empréstimos consignados dos servidores
estaduais. Venceu a Administradora Brasileira de Cartões (ABC), que ficou
responsável pelas operações.
Contudo, desde então, a taxa de juros que deveria ser
vantajosa para os servidores do Estado, é, na prática, mais alta que a média de
créditos comuns. O Banco Central calcula esse valor médio seja de 2,49%,
enquanto a ABC, contratada pelo governo do Ceará, intermedia empréstimos
consignados a juros de 2,65%. Algo que, por si só, é tido pelo deputado Heitor
Férrer (PDT), autor da denúncia e do requerimento da CPI, como passível de ser
investigado.
Férrer apresentou o requerimento e diz que já tem sete
assinaturas para a CPI. Para emplacar a investigação, ele precisa do apoio de
pelo menos 12 dos 46 deputados cearenses.
Tráfico
de influência
O suposto abuso não para nos juros elevados. Embora o
papel da ABC, vencedora da licitação, seja apenas o de uma corretora,
basicamente intermediando a aquisição dos empréstimos junto a bancos e
impedindo que os servidores extrapolem a margem de endividamento da folha, a
empresa subcontratou outras corretoras para ajudar nesse trabalho.
É aí que as suspeitas alcançam o coração do poder do
governo do Ceará. Isso porque a empresa Promus, uma das subcontratadas pela ABC
para intermediar os empréstimos, é do empresário Luis Antonio Ribeiro Valadares,
genro do Chefe da Casa Civil do Estado, Arialdo Mello Pinho. Para os deputados
que defendem a abertura de uma CPI, é algo que caracterizaria tráfico de
influência dentro da máquina governamental.
Arialdo Pinho é uma espécie de gerente do Executivo cearense.
Empresário de sucesso, ingressou na política eleitoral em 2006 coordenando a
primeira e vitoriosa campanha de Cid Gomes ao governo do Ceará. Até então, sua
atuação era limitada ao mundo empresarial.
Governador do Ceará vai à Assembléia, de surpresa, após denúncias
Investigação
Desde setembro do ano passado, quando as primeiras
denúncias vieram à tona, o Ministério Público do Ceará começou a colher
depoimentos dos envolvidos. De acordo com o promotor Ricardo Rocha, o genro de
Arialdo Pinho, sócios da ABC e representantes dos bancos já foram ouvidos. Ele
apura se houve ou não crime de improbidade administrativa. A denúncia de juros
abusivos será apurada pelo Decon.
Governo
cobra explicações
Em meio às denúncias, o governo do Ceará resolveu agir e
cobrou da ABC esclarecimentos por meio da Secretaria de Planejamento do Estado
do Ceará (Seplag). O prazo para que a empresa se posicione termina nesta
terça-feira (10). A Seplag já havia notificado antes a empresa, mas o
secretário Eduardo Diogo não ficou satisfeito com os esclarecimentos e fez o
novo pedido por ofício.
Lucros
Segundo dados da própria Seplag, em torno de 62 mil
servidores do Estado tem descontos em folha devido à aquisição de crédito
consignado. Conforme levantamentos do deputado Heitor Férrer, a Promus, empresa
do genro de Arialdo Pinho, fica com 19% do que se lucra com os empréstimos. O
que, de acordo com ele, significaria um aporte de R$ 10 milhões mensais.
FUASPEC - Servidores do Ceará tentam debater desde novembro de 2011
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