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domingo, 1 de abril de 2012

Processo pedido por Relator, pode cassar Demóstenes Torres

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Relator da CPMI de Demóstenes e CachoeiraO relator do processo contra Demóstenes Torres (sem partido-GO) no Conselho de Ética do Senado Federal, senador Humberto Costa (PT-PE), apresentou na manhã desta quinta-feira (3) seu relatório pedindo a cassação de Demóstenes por ter mentido no plenário e ter atuado em favor de Carlinhos Cachoeira, atingindo a imagem da Casa.


O que está em debate não é a imagem do parlamentar individualmente considerada, mas a do Parlamento. Se os atos foram praticados no exercício mandato do senador projetando-se para a atualidade e atingem a imagem do Senado Federal não há que se alegar ilegítima a inauguração de um projeto investigatório.


No próximo dia 8 de maio, os integrantes da comissão voltam a se reunir para votar o relatório e decidir se seguem a decisão do relator de pedir cassação do senador goiano.


Demóstenes é suspeito de participar de um suposto esquema de exploração de jogos ilegais, como o jogo do bicho e máquinas caça-níqueis, comandado pelo empresário Carlos Ramos Araújo, o Carlinhos Cachoeira. A quadrilha, desmontada pela Polícia Federal na operação Monte Carlo, atuava em Goiás e no Distrito Federal.

Gravações feitas pela PF com o aval da Justiça revelaram a ligação entre o senador e o bicheiro e apontaram, inclusive, que Demóstenes recebia dinheiro de Cachoeira e atuava em favor de seus interesses no Congresso.

Discurso 

O relator fez questão de reforçar que obedeceu os critérios regimentais e que não usou as provas colhidas pela PF e vazadas na imprensa. Segundo ele, as provas não chegaram oficialmente às mãos dele e por isso não constam do relatório. Ele considerou prioritários seis indícios de "prática de atos contrários à ética e decoro parlamentar".


O Congresso opta por quebrar o sigilo de Cachoeira



Demóstenes teria conhecimento das atividades ilícitas de Cachoeira; teria atuado como parlamentar de forma a prevalecer os interesses do bicheiro nos jogos de azar; teria faltado com a verdade no discurso de 6 de março ao afirmar que possuía apelas relações sociais com o contraventor; teria recebido valor questionável como presente de casamento; teria recebido vantagem indevida ao aceitar um celular-rádio Nextel de Cachoeira; e teria tratado em um telefonema sobre o uso de uma aeronave com o bicheiro.

Para reforçar sua argumentação, Humberto Costa pesquisou discursos e citações públicas de Demóstenes, nos quais ele se contradiz sobre suas ligações com o contraventor Carlinhos Cachoeira.

O senador goiano diz, por exemplo, que não conhecia os trabalhos ilegais do bicheiro e depois gravações vazadas mostram ele conversando com Cachoeira sobre a exploração de jogos ilegais e se dispondo a ajudar o contraventor em projetos de lei que discutiam o tema. 
Humberto Costa também usou o caso da cassação de Luiz Estevão, dizendo que o julgamento do Senado sobre quebra de decoro não tem nada a ver com processos judiciais, e sim com questões ligadas à imagem da Casa.


Senadores pedem fim do sigilo do Inquérito






Para que se configure quebra de decoro, não é necessário ter praticado conduta que fira o codigo penal. Basta que em juízo político se chegue à conclusão que houve quebra de decoro e falta de decência nas atividades parlamentares. 

A representação que pediu a abertura de processo disciplinar contra Demóstenes foi feita pelo PSOL e admitida pelo Conselho de Ética, em março deste ano.

Senador Collor critica o vazamento das informações






Entenda o caso Cachoeira













SoucidadãO – atualizado em 7 de abril às 20h04.


Folha Online

Parlamentares da base aliada discutem representar contra o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, no Conselho Nacional do Ministério Público por omissão no caso da Operação Las Vegas, cujo inquérito ficou parado no órgão desde 2009 e que já continha informações sobre a ligação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o acusado de contravenção Carlinhos Cachoeira.





A informação é do "Painel", editado por Vera Magalhães e publicado na Folha deste sábado (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

No dia 27, PT, PDT e PSB protocolaram no Ministério Público Federal um pedido de esclarecimentos ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sobre a demora nas investigações da suposta relação de deputados e senadores com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira --entre eles o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

Pressionado, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura de inquérito para investigar Demóstenes. Ele entende que existem indícios de uma ligação criminosa entre o parlamentar e o contraventor.

Escutas telefônicas da Polícia Federal revelaram que o senador Demóstenes Torres (DEM) atuava no Congresso em favor do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que está preso sob acusação de exploração de jogos ilegais.

Politicamente, a situação de Demóstenes também se complicou. O PSOL apresentou requerimento ao Conselho de Ética do Senado por quebra de decoro parlamentar. O processo pode resultar na cassação do mandato do senador.

Após a cúpula do DEM, partido do senador, anunciar que abriria um processo interno que poderia resultar na expulsão do parlamentar da sigla, Demóstene pediu sua desfiliação.



SoucidadãO – atualizado em 5 de abril.

Advogado do senador, Antônio Carlos de Almeida Castro, alega que Polícia Federal “usurpou” prerrogativa do STF


A assessoria jurídica de Demóstenes Torres (DEM-GO) vai ingressar na próxima segunda-feira (9) com uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) requerendo a anulação das provas obtidas pela Polícia Federal (PF) contra o senador.

Segundo o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, ao incluir no inquérito contra o senador as gravações entre Demóstenes e Carlinhos Cachoeira, obtidas pela Polícia Federal para o desencadeamento da Operação Monte Carlo, a Procuradoria Geral da República (PGR) estaria “usurpando” as funções do STF.

“A autorização era para ouvir o Cachoeira. Mas no momento em que aparece alguém com foro especial, imediatamente tem que ser comunicado o juiz do caso e ele tem que avisar o Supremo. Existe jurisprudência sobre isso”, disse Kalay.

((V)) Câmara poderá ter CPI para investigar ligações com bicheiro



Entenda: A crise envolvendo o senador Demóstenes Torres

Nas escutas, ocorreu o que no jargão jurídico é chamado de ‘encontro fortuito’, quando um cidadão é grampeado mesmo sem ser o alvo primário da investigação. Kakay argumenta ser ilegal a utilização destas provas. “Há uma clara ilegalidade. O ‘encontro fortuito’ acontece uma vez. Mas não durante dois anos, três anos. Para mim, essa prova que foi colhida de forma espúria, ilegal. Ela dribla a constituição”, complementou.

Durante essa semana, o iG conversou com especialistas em Direito Constitucional e em Direito Eleitoral. Eles afirmaram que a possibilidade das provas serem anuladas é mínima, apesar de existir jurisprudência para isso. “Mesmo assim, isso não livra o senador de ser investigado agora no STF. E na quebra do sigilo bancário, podem surgir novas provas”, afirmou o especialista em Direito Eleitoral, Luís Carlos Lula.
Caso Demóstenes: Senador deixa DEM, mas fica com mandato

Outros políticos investigados em ações da PF também requereram na Justiça a anulação de provas por argumentação semelhante. Os ex-governadores do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido), preso na Operação Caixa de Pandora, e do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), preso pela Operação Mãos Limpas, também argumentam que as provas da PF são ilegais por causa do chamado ‘encontro fortuito’.

Cachoeira

Os advogados do bicheiro Carlinhos Cachoeira, principal alvo da Operação Monte Carlo, pediram na última terça-feira a remoção do empresário preso desde o dia 29 de fevereiro, durante a Operação Monte Carlo, do presídio federal de Mossoró (RN) para outro com regras menos rígidas de segurança. O pedido foi feito ao Ministério Público Federal de Goiás (MPF-GO).

Durante as investigações da Operação Monte Carlo, a PF descobriu que Cachoeira tinha forte influência na classe política de Goiás. O senador Demóstenes Torres era uma espécie de lobista de Cachoeira no Senado na tramitação de projetos ligados à exploração de jogos de azar. No Congresso, deputados também tinham uma relação próxima com Cachoeira. O empresário chegou até a emprestar dinheiro para pelo menos três deputados federais, entre os quais Stepan Nercessian (PPS-RJ).


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